Como já foi falado em outros textos do
blog (veja aqui),
o estigma da obesidade é a discriminação ou
estereotipação de pessoas devido ao fato de serem obesas. Um estudo americano
publicado este ano no International Journal
of Eating Disorders (veja aqui)
avaliou episódios dez programas populares de televisão assistidos por
adolescentes e encontrou dados alarmantes:
- Em 50% dos episódios analisados, houve pelo menos uma
situação em que algum personagem foi discriminado devido ao seu peso;
- Em 41% das situações em que ocorreu estigmatização
devido ao peso houve risadas da plateia;
- 41% dos alvos de estigmatização tinham peso considerado
normal
Ou seja, mais um
indício de que o estigma do peso e do corpo – em especial da obesidade – está
amplamente presente em nossa sociedade.
E qual o problema disso? Bem, além de causar
sofrimento e contribuir para o surgimento de transtornos alimentares, o estigma
da obesidade está associado ao aumento no peso corporal, ao aumento na
circunferência de cintura e a uma chance seis vezes maior de se tornar obeso com
o passar do tempo, segundo estudo publicado na revista Obesity (veja aqui). Ou seja, o foco
na perda de peso e na ideia de que pessoas obesas têm algo “errado” que deve
ser “consertado”, ao invés de contribuir com o emagrecimento, o prejudica.
Até quando vamos
tolerar a propagar a estigmatização da obesidade? Até quando vamos focar nossos
esforços e tratamentos clínicos no emagrecimento e não na mudança de
comportamentos para que os indivíduos tenham uma vida verdadeiramente saudável e feliz,
independentemente da perda de peso?
Boa semana a todos!
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