segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Nuvem negra num céu azul


É comum receber “super-pacientes” em meu consultório. E aqui me refiro especialmente a mulheres que trabalham longas horas, cuidam de casa e dos filhos, cozinham para o marido e que precisam estar em dia com seu autocuidado: fazendo exercício regular, comendo direito todos os dias e, claro... “Precisam” ser magras.

O fato é que é impossível fazer tudo isso de forma impecável, sem deixar a peteca cair em uma dessas áreas da vida. Essas mulheres assumem que é possível “ter tudo” e não precisar fazer escolhas, definir prioridades. E isso não é diferente com a alimentação: elas chegam ávidas por um “cardápio”, uma lista do que comer e do que não comer.

A questão é que essa escolha não cabe a mim. A liberdade de escolha é individual. Eu posso sim sugerir opções, mas dentro de um contexto, uma situação. Pra mim é muito mais válido entender quando, como e por que a pessoa está comendo do que simplesmente o que.

Se você tem a sensação de que está sempre em dívida com você mesma, cuidado: esse tipo de pensamento é como uma nuvem negra que a impede de enxergar o céu azul.

Tente pensar nas coisas boas que você tem e que já conquistou, graças às suas competências e valores pessoais. Avalie como aquilo que já está bom em sua vida pode te aproximar do que ainda falta conseguir.

Seja flexível. Ou seja: se quiser, faça pilates três vezes na semana, mas não se cobre excessivamente ou se critique caso escolha faltar às vezes porque ficou até tarde na festa da noite anterior; coma salada de chia (se gostar), mas quando for à lanchonete de vez em quando permita-se pedir um cheese bacon com milk shake; guarde dinheiro para fazer botox se você acha que com isso ficará mais bonita, mas reflita se não é melhor usar esse dinheiro para fazer uma viagem nas férias e relaxar.


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