sábado, 15 de setembro de 2012

Estigma contra obesos em campanhas de prevenção de obesidade


Já escrevi em outros posts sobre o estigma da obesidade e seus malefícios (veja aqui e aqui). Um novo estudo publicado no prestigiado “International Journal of Obesity” pediu que 1014 adultos avaliassem o conteúdo de diversas campanhas de prevenção de obesidade (dos EUA, Austrália e Reino Unido) e relatassem se elas de fato eram motivadoras ou se contribuíam para estigmatizar ainda mais a obesidade e os obesos.

Os participantes responderam mais favoravelmente a campanhas que estimulavam o consumo de frutas, verduras e legumes, a mensagens que estimulavam mudanças de hábitos de saúde de uma maneira geral e a mensagens que focavam em empowerment pessoal (ex: “você tem a força para controlar sua saúde", campanha "Alliance for a Healthier Generation").

Mensagens que deixavam implícito que a obesidade é de responsabilidade individual da pessoa e que culpavam indivíduos obesos por sua condição (ex: “quanto mais você ganha, mais você perde”, campanha “Measure Up”) foram avaliadas como negativas e pouco eficazes (ou seja, os participantes relataram que não seguiriam as orientações desse tipo de campanha). Outras mensagens avaliadas como estigmatizantes foram: “obesidade infantil é abuso infantil” (campanha “Obesity Prevention Australia”) e “ser gordo tira a diversão de ser criança” (campanha “Children’s Health Care of Atlanta”).

Este estudo é mais uma evidência sólida de que estigmatizar os obesos não vai fazer com que eles melhorem sua saúde e seu padrão de vida. Pelo contrário. Esse “terrorismo contra os obesos”, a ênfase que estamos dando no peso corporal por si só não está resolvendo a situação. Os índices de obesidade no mundo só crescem. As alternativas seriam: promover maior aceitação/satisfação corporal (quando a gente se gosta, a gente se cuida!) e incentivar hábitos saudáveis independentemente do peso.

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