quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Livro infantil incentiva crianças a fazerem dieta

Em outubro será lançado nos Estados Unidos um livro infantil chamado "Maggie goes on a diet", já à venda na Amazon.com. O livro é destinado ao público de 4 a 8 anos de idade, e a descrição do produto no site diz o seguinte (traduzido livremente do inglês):
"Esse livro é sobre uma garota de 14 anos que entra numa dieta e é transformada de uma garota extremamente insegura e com sobrepeso em uma garota de tamanho normal que se torna a estrela do time de futebol da escola. Por meio de tempo, exercício e trabalho duro, Maggie se torna mais e mais confiante e desenvolve uma auto-imagem mais positiva."


O QUE?!
Meu Deus, como alguém pode escrever um livro incentivando crianças de 4 a 8 anos a entrarem numa dieta?! Isso soa absurdo até mesmo para quem não entende nada de nutrição, saúde, transtornos alimentares! Agora, quem entende sabe que:
1. inúmeros estudos já confirmaram que dietas são fatores de risco para alimentação transtornada e transtornos alimentares, além de favorecerem o ganho de peso ao longo do tempo;
2. estudos com adolescentes já encontraram associação entre a prática de dietas e uma pior imagem corporal e auto-estima e um maior uso de álcool e tabaco.
Então, se você está lendo este post e tem filhos, faça um favor a si mesmo: não compre este livro. Aproveite também e entre na página do livro na Amazon (http://www.amazon.com/Maggie-Goes-Diet-Paul-Kramer/dp/0981974554/ref=cm_cd_pdp?_encoding=UTF8&cdPage=1&noLL=1&newContentID=Tx1V60OXP437GQ9) e deixe um comentário manifestando sua indignação na discussão que tem o mesmo título do livro.

4 comentários:

  1. Estou horrorizada. Totalmente lipofóbico, reforça o estereótipo de que apenas pessoas magras tem uma "tamanho normal", e que esse é o único caminho para a auto-estima, felicidade e aceitação social.

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  2. Meu Deus, espero que os pais não comprem mesmo... minha infância foi muito boa sem saber o que era dieta

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  3. Oi Ana! Deixo meu e-mail pra que, se você encontrar o estudo que comentou pra me encaminhar, mas sem pressa: fercpeixoto@hotmail.com

    Sobre o post: ler a notícia num primeiro momento o absurdo choca. Por outro lado, tenho ressalvas. Os EUA tem a população predominantemente obesa. Vejo o livro como uma forma de estimular crianças a buscarem hábitos de vida diferentes da dobradinha sedentarismo+alimentos ricos em gorduras, sal e açúcar.
    É evidente que a forma de fazer isso é questionável até mesmo do ponto de vista ético e que existem, sem dúvida alguma, outras infinitas formas de se estimular práticas saudáveis de alimentação e hábitos de vida de um modo geral. Mas a linguagem americana diante deste e tantos outros assuntos sempre deixou a desejar...

    Um beijo e bom final de semana!

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  4. Acho certo ter um livro desses, depois ninguem vai se arrepender de ta gordo se ja foi informado desde criança.

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